sábado, 10 de julho de 2010

Rascunho

Deito-me na cama e rascunho.
Rascunho para o ar
palavras do que quero viver,
ou do que virei a ser.
Faço projectos de vida;
desenho uma saída.
Esboço sorrisos
por nada que se vá concretizar.
É o sonho, é sonhar.
Faço planos de voar,
de partir, sem voltar;
e crio o meu próprio fado.
Rascunho um desejo
e rascunho até um beijo.
É um toque rascunhado
de um olhar envergonhado.
Esboço palavras e textos
dos olhos que hoje fecho,
lembrando-me de pensar.
E de olhos fechados rascunho
mais um pouco do mundo.

Estou na cama, deitado
e abro os olhos devagar.
Sorrio e levanto-me,
porque há lá fora
mais folhas para rascunhar.

4 comentários:

Pedro Magalhães disse...

Todos nós fazemos projectos de vida, rascunha-mos como dizes, rescunhos que poderão igualmente advir de sonhos, e é verdade que a sonhar não pensamos e que pr isso todo é mais simples. E de facto é o pensar que torna estes sonhos, ou rascunhos, distantes e longuinquos. Por isso partilho contigo esta dor de pensar e não realizar os reascunhos que rascunhamos.
Pedro Magalhaes

Anónimo disse...

sim, gostei muito deste !

m.i.s.s

Sky disse...

há rascunhos que se tornam obras de arte, narcisismos á parte :)

Pseudónimo Reis disse...

eu sei, eu sei, sou o maior exemplo disso x)