Esta noite deixei de ser criança;
em meus sonhos deixei a ilusão.
Só me deixei dormir descansado
depois de ir embora a solidão.
Ao partires, acordas-me com saudades.
A despedir, não me tocas o coração.
Fechas a boca para não me dares mais nada,
porque ao que vejo já me deste a tua mão.
E eu acordo,
a cada passo teu.
Fico a ouvir, no escuro,
o mundo que já não é meu.
Bates a porta e fazes tremer o mundo,
partindo num segundo,
sem olhar...
Quero que fiques,
para mais me ensinar
da arte de abraçar
um Adeus.
E de todos os sonhos que possam vir,
lembramos os que não temos;
mas a realidade insiste em existir,
para nos lembrar que é no sonho que vivemos.
É a realidade que nos desperta daquilo que nós queríamos que fosse a nossa vida e é ela que nos mostra que é no sonho que conhecemos a felicidade. Porque o que é real é fugaz e no sonho perpetuamos uma forma de vida. Mas só lembramos o que nos falta, os que não temos, porque os que temos parecem adquiridos. Mas é quando esses sonhos nos acordam que nós sentimos as saudades e é quando eles nos batem com a porta que o nosso mundo treme sem que possamos dar-lhe um último abraço, um abraço da despedida, do Adeus, para sempre.
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