quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Fecha os olhos

Esconde-te. Não deixes que o vento te leve,
nem que o que ele escreve te iluda;
te deixe muda; te tire a razão.
Não deixes que algum dia a lua apague a tua luz,
só por brilhar mais alto no céu.
Que seja a tua cruz e apague o que é teu.

Foge... para onde quiseres;
e seja onde te esconderes,
o local da tua paixão.
E não te deixes perder no turbilhão de emoções
que nos rasgam por dentro
e nos cortam a respiração, moendo o pensamento.

Fecha os olhos e corre p'ra onde quiseres.
Fecha os olhos e foge p'ra onde sentires.
Fecha os olhos e ama antes de partires.
Fecha os olhos e dorme até sentires.

Apaga a vela que se acende
e te dá a luz para ler o livro.
A página velha que quase cai,
onde está escrita a história do passado;
do passado que vai e não volta.
Abre o livro e deixa a página à solta.

Levanta-te e respira.
Lá fora o dia amanhece de rompante.
Sente o vento num instante.
A brisa que te traz as novas do passado.
As novas do amado por amar
que te pede a ofegar, p'ra voltar.

Fecha os olhos e corre p'ra onde quiseres.
Fecha os olhos e foge p'ra onde sentires.
Fecha os olhos e ama antes de partires.
Fecha os olhos e dorme até sentires.

Pega nas cartas e lê,
ou rasga, mas rasga com todo o sentimento;
para que num momento aquilo que rasgues seja sentido.
E que esse momento tenha sido algo que provaste.
Rasga com o ódio que sentes as novas de quem amaste
e com quem sonhaste e amaste antes de partir.

Fecha os olhos e corre p'ra onde quiseres.
Fecha os olhos e foge p'ra onde sentires.
Fecha os olhos e ama antes de partires.
Fecha os olhos e dorme até sentires.

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